Alegrai-vos no
Senhor, e regozijai-vos, vós justos; e cantai de júbilo, todos vós que sois retos
de coração. (Salmos 32:11)
Estava meditando na Palavra do Senhor que
subiu ao meu coração e me lembrei, quase que por acaso, do dia do meu
aniversário. confesso que Pareceu estranho o termo "lembrar" até pra
mim que, como todo mundo, gosto muito de receber presentes.
Contudo o que me fez meditar acerca do
assunto é que certa vez, conversando com um Amigo meu que é T.J. (Testemunhas
de Jeová) me deparei com o seguinte raciocínio apresentado por ele: "Não
comemoro aniversários de maneira nenhuma e nem aceito presentes nesta data,
pois vejo um impedimento bíblico para tal. Pois nos textos bíblicos, apenas
encontro as palavras aniversário e o vejo sendo comemorado em duas ocasiões que
não me dão prazer para comemorar: O Aniversário do Faraó, contemporâneo a José
(Gênesis 40:20); e no Aniversario de Herodes, onde por petição da prostituta
cultual Herodias foi concedida por Herodes a cabeça de João - o Batista, primo
de Jesus numa bandeja (Marcos 6:21-22).”
Confesso que fiquei sem argumentos
mediante a tais textos por alguns instantes enquanto borbulhavam em minha
cabeça pensamentos contrários à afirmativa de que tais textos impediriam a
comemoração de aniversários.
Pois bem...
Levando em conta que não posso usar um texto
isolado e fora do contexto para criar doutrina e "todo texto fora do seu
contexto, gera pretexto para criação de uma heresia", vejamos o que
concluímos com o texto bíblico e o que ele nos ensina.
Em primeiro lugar os textos de Gn.: 40:20
e Mc.: 6:21-22 são próprios e exprimem a natureza festiva da comemoração do
Aniversário. Percebemos, então, que os povos antigos já mantinham este costume.
Mesmo porque a palavra aniversário vem do latim “anniversarius*” e nos remonta a
tempos remotos.
*(anni =
"ano" + vers = "que retorna" + arius =
"data", que significa "o que volta todos os anos" ou
"o que acontece todos os anos").
Origem
da Comemoração
A celebração
de aniversários natalícios hoje em dia têm uma longa história. Suas origens
misturam-se no domínio entre magia e religião.
Os costumes de dar parabéns, dar presentes e de celebração - com o requinte de velas acesas sobre bolos redondos tinham uma
razão em particular nos tempos antigos: serviam para proteger o aniversariante
de demônios e garantir segurança no ano vindouro.
Faz-se necessário notar que quando
olhamos para a história com lentes bíblicas, percebemos que até o quarto século
o Cristianismo olhava para tal comemoração como costume pagão, e é interessante que na bíblia
estes eventos não são comumente citados pelo fato dos judeus e primeiros
cristãos considerarem as celebrações de aniversários natalícios como parte da
adoração idólatra, por causa dos ritos de consagração dos aniversariantes a
ídolos pagãos. Ou seja, não eram meras comemorações familiares, mas óbviamente
um costume da época não assimilado.
É de conhecimento de todos
que muitos costumes gregos foram assimilados pelos cristãos romanos, e que o
fato de ser grego trazia consigo uma enorme carga de costumes religiosos que
foram considerados pagãos por estudiosos e doutores da igreja, entre eles a
crença de que todos tínhamos um espírito protetor ou gênio inspirador que assistia ao nosso
nascimento e vigiava sobre nós em vida. Este espírito tinha uma relação mística com o deus
em cujo aniversário natalício o indivíduo nascia. Daí o costume de acender
velas nos bolos de aniversariantes gregos. Bolos de mel redondos como a lua e
iluminados com velas eram colocados nos altares do templo de Ártemis.
As velas de aniversário, na crença popular são dotadas de magia especial para
atender pedidos. Acreditava-se também que as saudações natalícias tinham poder
para o bem ou para o mal, porque a pessoa neste dia supostamente estava perto
do mundo espiritual.
Um dos pais da igreja, Orígenes (em grego Ὠριγένης, cognominado Orígenes
de Alexandria ou Orígenes de Cesareia ou ainda Orígenes o Cristão (Alexandria, Egito, c. 185 - Cesareia, ou, mais provavelmente, Tiro, 253) que foi um teólogo e filósofo neoplatônico patrístico e um dos Padres
gregos, insistia que “d’entre todas as pessoas
santas nas Escrituras, não se registra nenhuma delas como tendo guardado uma
festa ou realizado um grande banquete em seu aniversário natalício. São apenas
os pecadores (como Faraó e Herodes) que fizeram grandes festejos quanto ao dia
em que nasceram neste mundo cá embaixo.”
Contudo, por influência e
perseguição do império romano que era um império pagão que corrompia os bons
costumes através dos vícios, luxo e prazeres pecaminosos que degradavam a
sociedade romana, muitos dos costumes pagãos foram introduzidos cirurgicamente no
seio do cristianismo ao longo do tempo em que dominou grande parte do mundo e através
de excessivas comemorações por motivos fúteis fantasiados pela religiosidade
pagã que confessavam demonizavam os Cristãos e comemoravam sua morte com
crueldades assistidas pelo povo e oferecida aos seus deuses. Porém, este é um
assunto à parte.
No tocante a este assunto, existem
consideráveis pormenores sobre a origem das celebrações de aniversários
natalícios, e não necessariamente onde começou a ser comemorada ou por quem, mas
desde sempre as pessoas creem em espíritos bons e maus, (às vezes chamados de
fadas, duendes, demônios, anjos, santos, deuses...) E todas as culturas, desde
as mais remotas, temiam que tais seres pudessem prejudicar ou favorecer o
aniversariante, de modo que ficar cercado de amigos e parentes, cujos votos de
felicidade, e sua própria presença, o protegeriam contra os perigos
desconhecidos que o aniversário natalício apresentava. Uma refeição em conjunto
fornecia uma proteção adicional e ajudava a trazer as bênçãos dos espíritos
bons. Portanto, a festa de aniversário natalício destinava-se originalmente a
proteger a pessoa do mal e garantir que tivesse um bom ano.
"O motivo de se usarem velas remonta aos antigos
gregos e romanos, que criam que círios ou velas tinham qualidades mágicas. Eles
oravam e faziam pedidos a ser levados para os deuses pelas chamas das velas. Os
deuses enviariam então suas bênçãos e talvez respondessem às orações.”
No tocante a comemoração ou
não de nossas datas natalícias, vejamos o principal argumento pelo qual não devemos
usar os textos de Gn.: 40:20 e Mc.: 6:21-22 isoladamente como restrição para
este evento.
Começando pelo equívoco –
comum Na edição dos Testemunhas de Jeová – onde está escrito acerca do
patriarca Jó, ao qual creditam tamanha confissão de retidão: "Quando um dos filhos de Jó fazia
aniversário, todos os irmãos e irmãs se reuniam para uma grande festa, com
bastante comida e bebida. Às vezes essas festas duravam vários dias..."
(Jó 1:4, Bíblia Viva).
Ora, Jó e seus filhos
porventura não eram Judeus e antes do século IV até mesmo os cristãos não
comemoravam aniversários, poderia, pois Jó em época tão remota preceder tal
comemoração? Ou porque em nenhuma outra tradução bíblica encontra-se neste
texto o termo “aniversário” e nem se dá a entender no texto bíblico comum que o
termo “cada um no seu dia” refere-se propriamente a um aniversário? Acaso isso
não é forçar o texto (Eisegese) para fazê-lo dizer algo pertinente a seus
pensamentos? Portanto Eles mesmos se contradizem sem conhecer as escrituras e
erram até em suas afirmações mais particulares.
Ficando, pois, com A Bíblia, percebemos que na cultura
da igreja primitiva não cabiam comemorações de aniversário pelo simples fato de
que os Cristãos estavam mais preocupados em sobreviver das investidas do
governo Romano que os buscava como animais para matá-los no coliseu, sobre
fogueiras, em praças e câmaras de tortura, que gastar o pouco que conseguiam
para manter vivos os filhos – estes escondidos em cavernas - com festas
claramente sem motivos para comemorar. Contudo, Felicitarem-se entre si era
comum mesmo em tamanha tribulação, pois a conversão trazia eterno peso de Glória
para os Cristãos que mesmo sob martírio não negavam a sua Fé por depositarem
sua fidelidade e esperança nas promessas de Cristo.
Cremos que nos são lícitas todas as coisas, mas que
nem todas nos convém participar. (Cf.:1Cor.: 6:12) E que o estado de liberdade
civil que provamos nos permite infinitamente mais oportunidades que a igreja
primitiva sonhou alcançar um dia. Não obstante, nos convém chorar e gozar dos
privilégios que são vindouros que nos alegrar por um pouco de tempo com os
Prazeres transitórios do pecado. (Cf.: Hb.:11:25)
Mas que se nossa força for a alegria do Senhor, e
nossas comemorações forem como vozes de Júbilo e graça para o Senhor Deus, (Cf.:
Jr.:33:11) Não há dolo em nos alegrarmos com os que se alegram, antes é um
princípio do cristianismo(Rm.: 12:15) “Porque um menino nos nasceu, um filho se
nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso
Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;...”(Is.: 9:6) “Fiel
é esta palavra: Se morrermos com Ele, também viveremos com Ele; se perseverarmos,
também com Ele reinaremos; se o negamos, Ele, por sua vez, nos negará; se somos
infiéis, Ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo.
Recomenda estas coisas. Dá testemunho solene a todos perante Deus, para que
evitem contendas de palavras que para nada aproveitam, exceto para a subversão
dos ouvintes.” (2Timóteo 2:11 a 14) Porque uma coisa
é certa, “...vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão
o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus
adoradores.”(João 4:23) E “ Comemorarão a Tua imensa bondade e celebrarão a Tua
Justiça.” (Salmos 145:7)