As grandes transformações ocorridas no mundo
através da globalização alcançaram, como nunca se percebeu antes, a mais antiga
das instituições sociais: a família. Hoje, ao lado de temas
como diversidade de gênero, há que se pensar em como conviver da melhor
forma possível com as novas configurações familiares que atingirão, em cheio, o
nosso convívio futuro com uma sociedade bem diferente daquela que nossos pais
nos ensinaram e contaram em suas histórias. E mais do que isso: em que medida
esses novos “arranjos” alteram a verdadeira importância da família, se é que
atingem.
O modelo de família tradicionalmente
aceito - e mais comum até pouco tempo - em culturas como a
brasileira é o patriarcal, uma herança conservadora do período colonial, no
nosso caso. Nessa concepção, a figura paterna é o centro da família, atuando
como provedor do lar ao lado da esposa servil e dos filhos oriundos dessa união
congênita. Contudo, a nossa realidade hoje é outra.

Entre as diferentes acepções possíveis, a
definição de família como um “grupo de pessoas unidas por convicções ou
interesses”, encontrada no Dicionário Houaiss, que pode nos levar à conclusão de que a instituição
familiar se estende aos demais segmentos da sociedade. Destarte, podemos falar
na família da escola, na família da igreja, na família do trabalho e assim por
diante. O critério, então, para se considerar um grupo de pessoas uma família,
seria a união voluntária entre os membros, o que pressupõe a colaboração e o
respeito mútuo.
No entanto, Os tempos mudam e as definições também. A língua evolui no
dia-a-dia. E alguns dicionários tentando acompanhar a atualização das coisas já
trazem definições mais abrangentes da palavra casal que há muito tempo era
consenso ser entre sexos opostos, atualmente, como é o caso das edições mais
recentes do Caldas Aulete, do Houaiss (na versão impressa, o de tamanho maior)
e do Priberam (este de Portugal) admitir que tudo pode ser considerado casal.
Veja este exemplo do Caldas Aulete on-line:
" 2. P.ext. Par formado por duas pessoas que mantêm relação amorosa".
Do Priberam:
"3. Conjunto de duas pessoas que têm relação sentimental e/ou sexual"
Do Houaiss:
"3.2. p.ext. qulalquer par de pessoas cuja relação é amorosa e/ou sexual".
Veja este exemplo do Caldas Aulete on-line:
" 2. P.ext. Par formado por duas pessoas que mantêm relação amorosa".
Do Priberam:
"3. Conjunto de duas pessoas que têm relação sentimental e/ou sexual"
Do Houaiss:
"3.2. p.ext. qulalquer par de pessoas cuja relação é amorosa e/ou sexual".
O que intriga é o preconceito que aparentemente
fica no ar se não admitirmos, sob essa ótica, que determinados “arranjos
familiares” -não muito novos- detém o direito de considerar-se uma Família de
fato, não apenas pelo termo mas pelo que representa para a sociedade e gerações
futuras.
Sem empregarmos um novo olhar holístico e
cauteloso, fica um vácuo incisivo de que não mais importa, por exemplo, se os
pais são apenas a mãe, ou o pai, ou se são dois pais ou duas mães, um tio, uma
tia, um avô, uma avô, enfim, quem serão então os Pais nesta atual concepção de
Família, se é que nesse “arranjo familiar” é possível em todas as
circunstâncias Reconhecê-los como Pais ou apenas tutores, guardiães. E outro
vácuo que fica é que me parece que tais tutores serão chamados de pais apenas
porque realmente o que parecem querer provar é que os tais merecem o título com
função de premio e não de desejarem ser Pais, na literalidade do conceito.
Está em alta um conceito de amor que parece não
ser “O” Amor Paterno ao qual estamos acostumados; que oferecia proteção, mas
disciplinava com direito e pessoalidade.
Contudo,
o que se revela neste novo conceito de Família é fraqueza quanto a proteger de
influências externas àqueles que nos reconhecem como abrigo, diretriz e
bússola, como o motivo para sermos filhos, pais e avós melhores do que os que
já tivemos, com cuidado mútuo que formaram cidadãos socialmente engajados em
busca do bem comum e não de uma minoria.
O fato é que ter uma família não significa ser
uma família, antes de qualquer outra coisa, significa sentir-se amado, seguro
em meio a tantas atrocidades do mundo moderno. É reconhecer o nosso porto
seguro quanto as mudanças traiçoeiras da sociedade. É um ponto de recarga,
nosso alicerce que nos edifica para enfrentar qualquer desafio sem temer
desmoronar de uma hora para outra. É ter a satisfação de saber que, após um dia
difícil, haverá um local aonde ir, pois mesmo que esse local não seja o mais
tranquilo e confortável, é sempre o melhor lugar do mundo porque lá estão
nossos destinos, motivos e herança: Nossa família, princípios e legado.
Está surgindo, de fato, uma nova família
brasileira. Mas que independentemente da sua constituição e diferenças, que
seus membros não abandonem sua real Missão que é ser a base no crescimento e na
construção de um mundo sem preconceitos e desigualdades sociais que se baseiem
no bem comum e na verdade. O que significa que independente das Crenças, Fés,
Religiões, Intelectualidade, Partido Político e Status Social, Haja a
consciência de que ser Pai é um dom e formar família é uma consequência dele.
“Agora permanecem estes três: a Fé, a Esperança e o Amor, mas o maior deles é o
Amor. (1Coríntios 13:13)
Deus continue nos abençoando!
Fonte(s):
http://aulete.uol.com.br/site.php?mdl=au…
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx…
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva/ Houaiss, 2009.
http://www.priberam.pt/DLPO/default.aspx…
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Ed. Objetiva/ Houaiss, 2009.
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